NEVES,
Maria Júlia[1]
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a educação Ambiental como
forma de entendimento da necessidade do contexto sustentável. Neste sentido,
sabe-se que o Brasil está entre os maiores consumidores do mundo, tanto os de
uso agrícola, como os domésticos (domissanitários), sendo que no início da
década de 60, quando da imposição do governo brasileiro; o agricultor só
conseguia financiamento bancário para sua plantação se comprasse o adubo e o
agrotóxico. O que o governo pretendia com isso era seguir o modelo europeu para
o combate a fome que se instalou no pós-guerra e que se intitulou “Revolução
Verde”.
Ressalta-se que, hoje, enquanto alguns países, principalmente da Europa,
tentam reverter o duro quadro de degradação ambiental e contaminação dos
alimentos, no Brasil a situação se agrava a cada ano. Sabendo que a
sustentabilidade é o caminho para sobrevivência do Planeta Terra e, que o
desenvolvimento sustentável mostra que o homem tem que agir de maneira
comunitária para que não comprometa o uso de recursos disponíveis e nem de
futuras gerações. Assim, é importante repensar ações diárias no contexto da
sustentabilidade como garantia de saúde ao trabalhador, para todos, refletindo
assim, em saúde social. Este estudo pode contribuir como mais uma literatura
disponível para que todos se sensibilizem quanto ao tema.
Para tanto, pode-se compreender o desenvolvimento sustentável como o
acordo historicamente possível, naquele momento, entre dois grupos: os
interessados em proteção ambiental e os preocupados em promover uma agenda de
desenvolvimento social. Confrontando-se com os grandes interesses econômicos,
eles buscavam encontrar uma solução integrada de duas crises simultâneas e que
se reforçam mutuamente: a crise de desenvolvimento social global, e a crise
ambiental global.
Nesta contemporaneidade, a expressão “desenvolvimento sustentável” vem
sendo usada por muitos atores sociais, que lhe atribuem diversos significados
diferentes, de acordo com seus interesses: é importante que cada um esclareça
do quê está falando. Por isto, são cunhadas outras expressões que retiram a
palavra desenvolvimento, como
“sociedade sustentável”, “sustentabilidade social”, pelos motivos que veremos a
seguir.
Segundo Szabo (2006), o termo sustentabilidade surge em um mundo de
crescente pressão populacional, essa pressão populacional vem acompanhada por
expansão da pobreza; aumento dos conflitos; aceleração das alterações
climáticas; escassez crescente de alimentos, energia, água; aumento da poluição
do ar, da água e do solo, pelas atividades industriais, urbanas e agrícolas;
contínua destruição da camada de ozônio; aumento do gás carbônico atmosférico;
redução da biodiversidade.
Faz-se necessário o planejamento para que se tenha sustentabilidade, pois
o planejamento é uma atividade que envolve a intenção de estabelecer condições
favoráveis para alcançar objetivos propostos. Ele tem por objetivo o
aprovisionamento de facilidades e serviços para que uma comunidade atenda seus
desejos e necessidades ou, então, o desenvolvimento de estratégias que permitam
a uma organização comercial visualizar oportunidades de lucro em determinados
segmentos do mercado (HARRY & SPINK, Apud RUSCHMANN, 1999, p. 83).
Entende-se que o planejamento é um trabalho direcionado a alcançar os
resultados pretendidos, e se bem elaborado, consegue solucionar e até evitara
com eficiência os problemas. Durante o processo deve ser levado em consideração
o bem estar da população residente e dos turistas, além da proteção e
conservação do patrimônio natural (MARQUES, Apud RUSCHMANN, 2001).
Para Ruschmann (1999, p. 86):
[...]
planejar é desenvolver os espaços e as atividades que atendam aos anseios das
populações locais e dos turistas constitui as metas dos poderes públicos que,
para implantá-los, vêem-se diante de dois objetivos conflitantes: o primeiro,
que é o de prover oportunidade e acesso às experiências recreacionais ao maior
número de pessoas possível, contrapões-se segundo, de proteger e evitar a
descaracterização dos locais privilegiados pela natureza e do patrimônio
cultural das comunidades.
Desta forma, é importante entender que é a ciência e a arte dedicadas à
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de fatores e riscos
ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidade,
prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores também tendo em vista o
possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral, logo,
deve-se garantir o não prejuízo da saúde humana contextualizada no ambiente em
que está inserida.
Portanto, deve-se atuar
nesse espaço, trazendo informações acerca da saúde ambiental e,
consequentemente, humana. As atividades educativas sobre a saúde ambiental
devem seguir os eixos da Promoção da Saúde descritos na Carta de Otawa (2001),
permitindo o desenvolvimento de habilidades pessoais para fortalecer o reforço
da ação comunitária numa articulação coletiva e rever a formulação de políticas
públicas para a criação de ambientes saudáveis e livres de poluição.
Assim, A maior virtude
dessa abordagem é que, além da incorporação definitiva dos aspectos ecológicos
no plano teórico, ela enfatiza a necessidade de inverter a tendência
autodestrutiva dos processos de desenvolvimento no seu abuso contra a natureza
(JACOBI, 1997).
Neste sentido, a
necessidade de abordar o tema da complexidade ambiental decorre da percepção
sobre o incipiente processo de reflexão acerca das práticas existentes e das
múltiplas possibilidades de, ao pensar a realidade de modo complexo, defini-la
como uma nova racionalidade e um espaço onde se articulam natureza, técnica e
cultura.
Portanto, refletir sobre a
complexidade ambiental abre uma estimulante oportunidade para compreender a
gestação de novos atores sociais que se mobilizam para a apropriação da
natureza, para um processo educativo articulado e compromissado com a
sustentabilidade e a participação, apoiado numa lógica que privilegia o diálogo
e a interdependência de diferentes áreas de saber faz parte da importância do
entendimento quanto à responsabilidade do uso correto e consciente dos agrotóxicos.
SZABO, L. Arquitetura no caminho da Sustentabilidade. 2006. Disponível em: www.iniciativasolvin.com.br/home/ladislao.pdf Acesso em 03/06/11.
[1]
Professora do Ensino Fundamental – anos iniciais – Graduada em Pedagogia e
Pós-Graduada em Pscopedagogia com foco em sala de aula.
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