APRENDIZAGEM
COMO DIREITO NA PRÓPRIA FORMAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
DESCOVI, Tereza do Carmo Sampaio[1]
RESUMO: Há décadas, buscam-se métodos e práticas educativas
adequadas à realidade cultural e ao nível de subjetividade dos jovens e
adultos. Esta pesquisa busca investigar as práticas pedagógicas utilizadas nas
primeiras séries níveis um e dois de duas escolas públicas do Município de
Petrópolis, a fim de verificar sua adequação ao contexto dos alunos. Os estudos
perpassam a história e o parâmetro legal da Educação de Jovens e Adultos e se
fundamentam com Freire em Educação e Mudança (1979) e A experiência do MOVA
(1996), Fuck em Alfabetização de Adultos (1994) e Ferreiro em Reflexões sobre
alfabetização (2001), que possibilitam um conhecimento teórico da prática
pedagógica de jovens e adultos. Portanto, esse estudo contribuirá para um
repensar do educador que atua nas classes da Educação de Jovens e Adultos,
fazendo-o refletir sobre sua prática pedagógica, para que ajude na formação de
cidadãos cônscios de seu papel na sociedade.
Palavras-chaves: jovem e
adulto; práticas pedagógicas; cidadão.
SUMMARY: There are decades, methods and appropriate educational practices are
looked for the cultural reality and the level of the youths' subjectivity and
adults. This research search to investigate the pedagogic practices used in the
first series levels an and two of two public schools of the Municipal district
of Petrópolis, in order to verify your adaptation to the students' context. The
studies perpassam the history and the legal parameter of the Education of
Youths and Adults and they are based with Freire in Education and Change (1979)
and the experience of the it MOVES (1996), Fuck in Literacy of Adults (1994)
and Blacksmith in Reflections about literacy (2001), that make possible a
theoretical knowledge of the youths' pedagogic practice and adults. Therefore,
that study will contribute to a to rethink of the educator that it acts in the
classes of the Education of Youths and Adults, making him to contemplate on your
pedagogic practice, so that it helps in the conscious citizens' of your role
formation in the society.
Word-keys: young and adult; pedagogic practices; citizen.
INTRODUÇÃO
A origem de um problema de aprendizagem pode ser multicausal, podendo estar
no educando ou em seu ambiente. Assim, estar alerta é dever do educador, tanto
ao contexto social do educando, quanto aos métodos e didáticas empregadas a
este, pelo fato de observações durante o Estágio Supervisionado I que mostraram
a necessidade de um trabalho que incentive a “arte” entre os educandos.
Dessa forma, este artigo torna-se de grande importância, partindo da
constatação que “jovens e adultos” já vem com uma vivência social, que muitas
vezes, é desigual e que os excluem. Tais dificuldades como abandonar o que já
sabem para iniciar o “novo” podem interferir no processo ensino-aprendizagem,
mostrando pontos negativos, principalmente, ressaltado pontos positivos dentro
dessa modalidade de educação que é oferecida aos mesmos.
Um outro ponto que também nos chamou a atenção é o desenvolvimento
cultural desses alunos no processo formador, pois como afirma Amaral (GRAMSCI
apud AMARAL, 1976) é necessário saber situar-se historicamente no contexto sem
perder de vista a consciência crítica. Na medida em que o processo formativo
vai se concretizando, o relacionamento “educador-educando”, “educador-cultura”
local, “educador-ato” “político de educar”, em outros, vai estruturando o
compromisso assumido no ato formativo que deve estar compromissado com os anseios
tanto de quem educa como o de quem é educado.
A ESCOLA COMO INSTRUMENTALIZADORA NA
PREPARAÇÃO DO JOVEM E DO ADULTO
Não se pode deixar passar despercebido à função da escola como
instrumentalizadora na preparação e na elaboração de uma proposta de formação
de seus intelectuais para os diversos níveis, assim, há necessidade de se
prestar igual atendimento à qualidade, como à quantidade na formação do
educador (GRAMSCI apud AMARAL, 1976).
O Brasil, inserido economicamente nos moldes do modo de produção
capitalista e politicamente pela democracia burguesa trás em sua Constituição
da República Federativa, art. 205, que: “A educação, direito de todos e dever
do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Desta forma
pretende-se verificar se o ensino de artes na educação de jovens e adultos,
esta despertando o interesse para o entendimento e crescimento intelectual dos
educandos.
Aprendeu-se com este estudo às habilidades e diferenças, ritmos de
aprendizagem, entre outros sobre uma análise de métodos e didáticas aplicadas
em sala de aula, em relação à importância de vencer barreiras na disciplina de
Artes, na educação de jovens e adultos. Para tanto, buscou-se especificamente
identificar as abordagens e/ou enfoques teóricos que orientam a pratica do
ensino de artes na EJA.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é o segmento de ensino da rede
escolar pública brasileira que recebe os jovens e adultos que não completaram
os anos da Educação Básica em idade apropriada, devido a
necessidade de ter que trabalhar para ajudar a família a sustentar a casa e
querem voltar a estudar. No início dos anos 90, o segmento da EJA passou a
incluir também as classes de alfabetização inicial.
A educação popular,como tambem
é conhecida a EJA,supera as relações estabelecidas tradicionalmente, em que
apenas um ensina - o professor. Aqui educadores e educando estão numa
perspectiva horizontal em que um ensina ao outro e o outro ao aprender tambem
ensina, tendo um diálogo como articulador das ações de ensinar e aprender.
Desta forma, a Educação de
Jovens e Adultos ganhou importância a partir de 1932 com a Cruzada Nacional de
Educação,em 1967 foi criado o programa mais importante o MOBRAL -
Movimento Brasileiro de Alfabetização, que em 1981 foi substítuido pela
Fundação EDUCAR, em 1990, o governo lançou o PROGRAMA NACIONAL DE
ALFABETIZAÇÃO, praticamente sem resultados (BORGES, 2004 apud QUEIROZ, 2004 ).
O desafio imposto para a EJA
na atualidade se constitui em reconhecer o direito do jovem e do adulto de
serem sujeitos, buscando novas metodologias, investindo na formação de
professores e renovando os curriculos.
Freire começou a experimentar essa nova concepção na alfabetização, no
círculo cultural que ele mesmo coordenava como monitor e cujos membros conhecia
pessoalmente. Freire relata que na 21ª hora de alfabetização, um participante
era capaz de ler artigos simples de jornal e escrever sentenças curtas. Os
slides, particularmente, criavam grande interesse e contribuíam para a
motivação dos participantes. Depois de 30 horas (sendo uma hora por dia,
durante cinco dias da semana) a experiência foi concluída. Três participantes
tinham aprendido a ler e escrever. Podiam ler textos curtos e jornais e
escrever cartas. Dois participantes evadiram-se.
Assim, nasceu o “é todo Paulo Freire de Alfabetização”. Na sua aplicação
na cidade de Diadema (SP), nos anos de 1983-86 e, parcialmente, na tão
discutida estrutura do MOVA-SP na cidade de São Paulo (1989-92), durante a
"administração Freire" na Secretaria Municipal de Educação, os vários
passos do método permaneceram os mesmos, embora houvesse mudanças na ordem e no
conteúdo, de acordo com a situação sócio-econômica dos vários locais de
alfabetização.
O sistema educacional e a filosofia da educação de Freire têm suas
referências em uma miríade de correntes filosóficas, tais como Fenomenologia,
Existencialismo, Personalismo Cristão, Marxismo Humanista e Hegelianismo, cujo
detalhado enfoque ultrapassaria os limites desse perfil. Ele participou da
importação de doutrinas e idéias européias para o Brasil, assimilando-os às
necessidades de uma situação sócio-econômica específica e, dessa forma,
expandindo-as e refocalizando-as em um modo de pensar provocativo, mesmo para
os pensadores e intelectuais europeus e norte-americanos.
Sabe-se que na alfabetização dos alunos, o êxito foi parcial, não só se
refere às dificuldades das condições individuais de aprendizagens da população,
mas também pelas O pensamento de Paulo Freire está também no trabalho de
Dalpias, que privilegia as categorias ideologia e conscientização, por entender
que a educação só estará comprometida com um projeto de transformação da
sociedade, quando apresentada como proposta de trabalho que possibilite a
geração da contra-ideologia através do desvelamento da realidade.
A sala de aula é o lugar ideal para análise dos conhecimentos
transmitidos pelas escolas, e a realidade socioeconômica e política. Através de
trabalhos participativos pode avançar no processo da conscientização, e os
professores e alunos passam a ter uma visão menos ideológica do mundo, das
relações sociais que determinam e influência.
Todos possam a ter compromisso com o trabalho, e o ato educativo supera a
grandeza da sala de aula e assume um compromisso com a classe popular
diminuindo o fracasso e a exclusão escolar. Análise feita sobre o projeto de
alfabetização e pós-alfabetização de Jovens e Adultos da Universidade Federal
de Pelotas RS, procurou compreender quais as contribuições e os limites da
categoria conscientizadora e também procurou apresentar alternativas à formação
do educador envolvido com esse tema e com as competências necessárias para a
atuação com adultos analfabetos.
CONCLUSÃO
Conclui-se que: “A Importância da E.J.A.”, está relacionada a vários
fatores, sendo um dos principais a falta de escolas para trabalhadores rurais,
e para aqueles que não tiveram acesso a escolaridade por um motivo justo.
Atrasando-os a terem um conhecimento desejado por muitos, mas sem expectativas.
A Educação de Jovens e Adultos veio para sanar essas dificuldades fazendo
com que a maioria pudesse ter oportunidade de realizar os seus sonhos e
objetivos. Ao ler a apostila Educação de Jovens e Adultos no Brasil, percebi
que ela se refere à idéia de vários pensadores, estudiosos e autores.
Uns aderem a Paulo Freire, outros contradizem. Podemos afirmar, que os
contextos, analises e as afirmações Freireanas, tem um papel fundamental sobre
a “Educação de Jovens e Adultos”. As indicações apresentadas pretendem
contribuir para o objetivo de analisar as práticas pedagógicas da Educação de
Jovens e Adultos. Faltam, porém, estudos aprofundados na pedagogia freireanas
aos estudos da E.J.A.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, A. Artes
plásticas na Semana de 22. São Paulo: Perspectiva, 1976.
BRASIL. MEC. Lei de Diretrizes e
Bases da Educação. Disponível em: . Acesso em: 18
de setembro de 2009, às 15: h.
CARNEIRO, Moacir Alves. LDB fácil: Leitura crítico-compreensivo: artigo a artigo. Petrópolis: Vozes,
1998.
FREIRE, Paulo.
Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lillian Lopes Martin. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
______. A experiência
do MOVA. SP/ Brasil. Ministério da Educação e Desporto. Instituto Paulo
Freire; Organização de Moacir Gadotti. São Paulo, 1996.
HADDAD, Sérgio. Educação
de Jovens e Adultos. Brasília, 2002
QUEIROZ, Raquel. Interdisciplinaridade.
São Paulo: SP, 2004.
[1] Formada
em Pedagogia e Pós-Graduada em Psicopedagogia.
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