quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO ENSINO/APRENDIZAGEM NO SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO ENSINO/APRENDIZAGEM NO SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL[1]

LINHARES, Elizabet de Souza

RESUMO: Este trabalho trata da música de roda como estratégia no ensino, na produção e interpretação de texto, num processo facilitador de ensino/aprendizagem, visando assim, o presente trabalho, buscar a importância da música na sala de aula, com o intuito de aprimorar interpretação e produção de textos. Desta forma, foram analisados textos de alunos do 2° ano de uma escola municipal para que houvesse uma base a ser usada como apresentação deste Artigo. O objetivo do Artigo é mostrar que a música ajuda na produção e interpretação de textos, onde desperta no indivíduo o raciocínio e a criatividade e, o gosto pela leitura e escrita.

Palavras-chave: Interpretação; Produção; Aprendizagem; Indivíduo.

INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que no contexto do trabalho com a música em sala de aula, a aprendizagem está vinculada às vivências do indivíduo tornando, assim, muito mais duradoura esta aprendizagem, pois passa pelo processo intelectual e afetivo.
Há que se relatar que foi possível verificar que os conteúdos dos livros didáticos são vistos como repetição de conteúdos faltando uma metodologia mais criativa. Becker (1988), fala que para um comportamento criativo é fundamental a atividade comunicativa, diversa da mera transmissão de informações, rica de emoções, sentimentos e idéias, fazendo com que a música seja um processo transformador no ensino/aprendizagem.
Para Riche (1988) existem três etapas em um processo de criação de texto: desinibição, estímulo e criação. Dessa maneira, para se obter a desinibição é necessário que o aluno esteja à vontade para que possa expor suas idéias, tendo em primeiro momento a socialização que é essencial para a desinibição, que deixará o aluno muito mais seguro diante de seus colegas garantindo uma troca de vivências.
Já o estímulo está ligado à desinibição, entende-se que é a força que provoca sentimentos, gera reações, ativa a perspicácia, elementos estes capazes de impulsionar a imaginação formando textos criativos. Por fim, a criação que só é possível após a realização das fases anteriores, com os alunos desinibidos, bem integrados e estimulados, facilitando o “deixar fluir” da criatividade culminando com a elaboração de textos.

1.1 - A importância da música na formação da criança
A música representa para a criança uma fonte de estímulo muito grande e é um recurso poderoso na educação da mesma porque contribui para o próprio desenvolvimento global, segundo Isolda Franck, citada por Becker (1988, p. 17):
A criança, antes mesmo de nascer, revela sensibilidade musical. Estudos relatam que famílias de grandes músicos demonstram que as crianças ainda no útero materno, gravam as músicas que ouvem. Outros estudos revelam que sons fortes, com ritmo acelerado, deixam o feto agitado, enquanto a música suave acalma transmite calma.
Por isso é preciso um ambiente calmo e tolerante para os bebês logo que nascem. A mãe em situações como quando canta para a criança dormir, ajuda a se movimentar, ensina a bater palminhas, sem saber a mãe se torna a primeira professora do filho, educando o ouvido e o trabalho rítmico da criança, que é importante para sua coordenação motora.
Ao tratar do desenvolvimento cognitivo/lingüístico, Jean Piaget, citado por Weigel (1988), explica a capacidade de conhecer, como sendo a capacidade do indivíduo de estabelecer relações, pois a criança interage com o meio ambiente através da inteligência; explora o local, mexendo em objetos, materiais e brinquedos; logo, se organiza.
O conhecimento da criança é a própria variedade de situações em que ela tem a oportunidade de experimentar no seu dia-a-dia; com isso, a riqueza de estímulos que a criança recebe por meio das diversas experiências musicais contribui para o desenvolvimento intelectual.
As vivências rítmicas e musicais, que possibilitam uma participação ativa quanto a ver, ouvir e tocar, também favorece o desenvolvimento dos sentidos da criança e, ao imitar o canto dos pássaros, vozes dos animais ou outros sons existentes na natureza, a criança descobre seus próprios poderes e a sua relação com o meio ambiente em que vive.
Portanto, é a partir da música que a criança vai se organizando e quanto mais ela compara as ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua inteligência, o seu conhecimento vai se desenvolvendo, o que se afirma segundo Piaget, a própria criança abre a porta para o mundo exterior (WEIGEL, 1988, p. 15).
No desenvolvimento psicomotor não se pode forçar o processo de maturação, que ocorre à medida que a criança cresce. É necessário que os músculos, ossos, e sistema nervoso da criança tenham atingido determinado estágio de desenvolvimento. Assim, na atividade musical a criança pode aprimorar sua habilidade motora, controlar seus músculos e mover-se com desenvoltura, pois sem movimento ela enfraqueceria física e mentalmente, pois, o ritmo musical é movimento, prepara naturalmente a criança para a leitura e a escrita que fazem parte do processo de escolarização.
Sabe-se que no desenvolvimento sócio-afetivo, a criança vai se descobrindo como pessoa, pouco a pouco se percebendo cada vez mais diferente dos outros. Com isso, naturalmente, ela vai buscando formas de comportamento que lhe vão permitir agir de maneira mais integrada na sociedade em que vive. A formação dessa identidade está no papel que a auto-estima e auto-realização desempenham no desenvolvimento sócio-afetivo da criança, conceituamos auto-estima como sendo aceitarmos em todos os sentidos, as nossas limitações e capacidades. E a estrutura do eu se constrói a partir do contato com as outras pessoas.
Contudo, é nas atividades musicais coletivas que favorecem a auto-estima, a socialização infantil, pelo ambiente de compreensão, participação e cooperação que podem proporcionar mesmo a criança tímida, que se sente encorajada ao cantar em grupo, ao mostrar suas emoções, pois utilizando o próprio corpo para criar música a criança desenvolve o sentimento de auto-realização (RICHE, 1988).
O método Montessori diferencia-se do de Froebel pelo fato de que, em vez de desempenhar tarefas cooperativas, conforme o educador preconizava, consistia em trabalho isolado da criança em suas experiências e atividades, carecendo, portanto, do princípio básico da socialização. Montessori usava como material didático o exercício de caminhar sobre uma linha acompanhada de música de ritmos pronunciados ou marcantes. Para reconhecimento de sons (leitura e escrita musical, ditados), usava uma série graduada de campainhas.
Ao abordar a música como estratégia de ensino na produção e interpretação de textos com conteúdos programados a estudar, parto do princípio de que os educadores valorizam muito a forma tradicional de ensino, não vendo na música um conhecimento tão importante e sim mais como uma diversão.
Desta forma, quando comecei a pesquisa foi visível a demonstração de interesse pelos alunos, minha experiência ocorreu no período de estágio, onde introduzi a música como uma estratégia de ajuda à prática em sala de aula. Os primeiros estudos foram realizados com os alunos no exercício de ouvir música para melhor compreensão e interpretação de texto.
Para que isso pudesse ser trabalhado pedi para que os alunos ficassem em silêncio e observassem os sons fora da sala de aula, para que elas pudessem descrever, com desenhos ou que imitassem o que ouvissem. Todos os alunos saíram para fazer essa observação, mas não foi feito total silêncio, pois alguns alunos falaram!
Aconteceu a situação de os alunos dizerem estou escutando o canto dos pássaros, ou, eu vejo o vento balançando as árvores. Contudo, foi possível fazer as observações pretendidas e muitas quiseram imitar o que ouviram fora da sala de aula, assim, imitaram o som da árvore balançando, os pássaros, carros passando na rua, crianças conversando em outras salas, entre outras imitações.
Portanto, posso afirmar que após experiências vividas junto com educandos para que acontecesse a defesa deste tema proposto eu vivenciei a realização de cada educando em participar de aulas diferentes e interessantes, as quais foram ricas de aprendizagem tanto para mim quanto para eles e, é aqui que faço um parêntese “o educador deve proporcionar isso aos alunos, pois estes alunos necessitam desta atenção e o educador necessita de mais motivação e planejamento em cada aula que se propõe a ministrar”.
Desta forma, acredito que a música é importante no ensino/aprendizagem para todos os anos iniciais do Ensino fundamental, mesmo que esta experiência tenha sido somente com o segundo ano. Assim, vejo muitas alternativas, isto com referência à música, para ensinar melhor e melhor colocar a educação de nosso país com referência à qualidade e ao despertar da importância que esta tem na vida de cada um de nós.

[1] Orientação Gelci Ribeiro de |Morais.

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