A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA NO ENSINO/APRENDIZAGEM
NO SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL[1]
LINHARES, Elizabet de Souza
RESUMO: Este trabalho trata da música de roda
como estratégia no ensino, na produção e interpretação de texto, num processo
facilitador de ensino/aprendizagem, visando assim, o presente trabalho, buscar
a importância da música na sala de aula, com o intuito de aprimorar
interpretação e produção de textos. Desta forma, foram analisados textos de
alunos do 2° ano de uma escola municipal para que houvesse uma base a ser usada
como apresentação deste Artigo. O objetivo do Artigo é mostrar que a música
ajuda na produção e interpretação de textos, onde desperta no indivíduo o
raciocínio e a criatividade e, o gosto pela leitura e escrita.
Palavras-chave: Interpretação; Produção; Aprendizagem; Indivíduo.
INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que no
contexto do trabalho com a música em sala de aula, a aprendizagem está
vinculada às vivências do indivíduo tornando, assim, muito mais duradoura esta
aprendizagem, pois passa pelo processo intelectual e afetivo.
Há que se
relatar que foi possível verificar que os conteúdos dos livros didáticos são
vistos como repetição de conteúdos faltando uma metodologia mais criativa.
Becker (1988), fala que para um comportamento criativo é fundamental a
atividade comunicativa, diversa da mera transmissão de informações, rica de
emoções, sentimentos e idéias, fazendo com que a música seja um processo
transformador no ensino/aprendizagem.
Para Riche
(1988) existem três etapas em um processo de criação de texto: desinibição,
estímulo e criação. Dessa maneira, para se obter a desinibição é necessário que
o aluno esteja à vontade para que possa expor suas idéias, tendo em primeiro
momento a socialização que é essencial para a desinibição, que deixará o aluno
muito mais seguro diante de seus colegas garantindo uma troca de vivências.
Já o estímulo
está ligado à desinibição, entende-se que é a força que provoca sentimentos,
gera reações, ativa a perspicácia, elementos estes capazes de impulsionar a
imaginação formando textos criativos. Por fim, a criação que só é possível após
a realização das fases anteriores, com os alunos desinibidos, bem integrados e
estimulados, facilitando o “deixar fluir” da criatividade culminando com a
elaboração de textos.
1.1 - A importância da
música na formação da criança
A música
representa para a criança uma fonte de estímulo muito grande e é um recurso
poderoso na educação da mesma porque contribui para o próprio desenvolvimento
global, segundo Isolda Franck, citada por Becker (1988, p. 17):
A
criança, antes mesmo de nascer, revela sensibilidade musical. Estudos relatam
que famílias de grandes músicos demonstram que as crianças ainda no útero
materno, gravam as músicas que ouvem. Outros estudos revelam que sons fortes,
com ritmo acelerado, deixam o feto agitado, enquanto a música suave acalma
transmite calma.
Por isso é
preciso um ambiente calmo e tolerante para os bebês logo que nascem. A mãe em
situações como quando canta para a criança dormir, ajuda a se movimentar,
ensina a bater palminhas, sem saber a mãe se torna a primeira professora do
filho, educando o ouvido e o trabalho rítmico da criança, que é importante para
sua coordenação motora.
Ao tratar do
desenvolvimento cognitivo/lingüístico, Jean Piaget, citado por Weigel (1988),
explica a capacidade de conhecer, como sendo a capacidade do indivíduo de
estabelecer relações, pois a criança interage com o meio ambiente através da
inteligência; explora o local, mexendo em objetos, materiais e brinquedos; logo,
se organiza.
O conhecimento da criança
é a própria variedade de situações em que ela tem a oportunidade de
experimentar no seu dia-a-dia; com isso, a riqueza de estímulos que a criança
recebe por meio das diversas experiências musicais contribui para o
desenvolvimento intelectual.
As vivências
rítmicas e musicais, que possibilitam uma participação ativa quanto a ver,
ouvir e tocar, também favorece o desenvolvimento dos sentidos da criança e, ao
imitar o canto dos pássaros, vozes dos animais ou outros sons existentes na
natureza, a criança descobre seus próprios poderes e a sua relação com o meio
ambiente em que vive.
Portanto, é a
partir da música que a criança vai se organizando e quanto mais ela compara as
ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua
inteligência, o seu conhecimento vai se desenvolvendo, o que se afirma segundo
Piaget, a própria criança abre a porta para o mundo exterior (WEIGEL, 1988, p.
15).
No desenvolvimento psicomotor não
se pode forçar o processo de maturação, que ocorre à medida que a criança
cresce. É necessário que os músculos, ossos, e sistema nervoso da criança
tenham atingido determinado estágio de desenvolvimento. Assim, na atividade
musical a criança pode aprimorar sua habilidade motora, controlar seus músculos
e mover-se com desenvoltura, pois sem movimento ela enfraqueceria física e
mentalmente, pois, o ritmo musical é movimento, prepara
naturalmente a criança para a leitura e a escrita que fazem parte do processo
de escolarização.
Sabe-se que no
desenvolvimento sócio-afetivo, a criança vai se descobrindo como pessoa, pouco
a pouco se percebendo cada vez mais diferente dos outros. Com isso,
naturalmente, ela vai buscando formas de comportamento que lhe vão permitir
agir de maneira mais integrada na sociedade em que vive. A formação dessa
identidade está no papel que a auto-estima e auto-realização desempenham no
desenvolvimento sócio-afetivo da criança, conceituamos auto-estima como sendo
aceitarmos em todos os sentidos, as nossas limitações e capacidades. E a
estrutura do eu se constrói a partir do contato com as outras pessoas.
Contudo, é nas atividades
musicais coletivas que favorecem a auto-estima, a socialização infantil, pelo
ambiente de compreensão, participação e cooperação que podem proporcionar mesmo
a criança tímida, que se sente encorajada ao cantar em grupo, ao mostrar suas
emoções, pois utilizando o próprio corpo para criar música a criança desenvolve
o sentimento de auto-realização (RICHE, 1988).
O método
Montessori diferencia-se do de Froebel pelo fato de que, em vez de desempenhar
tarefas cooperativas, conforme o educador preconizava, consistia em trabalho
isolado da criança em suas experiências e atividades, carecendo, portanto, do
princípio básico da socialização. Montessori usava como material didático o exercício
de caminhar sobre uma linha acompanhada de música de ritmos pronunciados ou
marcantes. Para reconhecimento de sons (leitura e escrita musical, ditados),
usava uma série graduada de campainhas.
Ao abordar a
música como estratégia de ensino na produção e interpretação de textos com
conteúdos programados a estudar, parto do princípio de que os educadores
valorizam muito a forma tradicional de ensino, não vendo na música um
conhecimento tão importante e sim mais como uma diversão.
Desta forma, quando
comecei a pesquisa foi visível a demonstração de interesse pelos alunos, minha
experiência ocorreu no período de estágio, onde introduzi a música como uma
estratégia de ajuda à prática em sala de aula. Os primeiros estudos foram
realizados com os alunos no exercício de ouvir música para melhor compreensão e
interpretação de texto.
Para que isso
pudesse ser trabalhado pedi para que os alunos ficassem em silêncio e
observassem os sons fora da sala de aula, para que elas pudessem descrever, com
desenhos ou que imitassem o que ouvissem. Todos os alunos saíram para fazer
essa observação, mas não foi feito total silêncio, pois alguns alunos falaram!
Aconteceu a
situação de os alunos dizerem estou escutando o canto dos pássaros, ou, eu vejo
o vento balançando as árvores. Contudo, foi possível fazer as observações
pretendidas e muitas quiseram imitar o que ouviram fora da sala de aula, assim,
imitaram o som da árvore balançando, os pássaros, carros passando na rua,
crianças conversando em outras salas, entre outras imitações.
Portanto, posso
afirmar que após experiências vividas junto com educandos para que acontecesse
a defesa deste tema proposto eu vivenciei a realização de cada educando em
participar de aulas diferentes e interessantes, as quais foram ricas de
aprendizagem tanto para mim quanto para eles e, é aqui que faço um parêntese “o
educador deve proporcionar isso aos alunos, pois estes alunos necessitam desta
atenção e o educador necessita de mais motivação e planejamento em cada aula
que se propõe a ministrar”.
Desta forma,
acredito que a música é importante no ensino/aprendizagem para todos os anos
iniciais do Ensino fundamental, mesmo que esta experiência tenha sido somente
com o segundo ano. Assim, vejo muitas alternativas, isto com referência à
música, para ensinar melhor e melhor colocar a educação de nosso país com
referência à qualidade e ao despertar da importância que esta tem na vida de
cada um de nós.
[1] Orientação Gelci Ribeiro de |Morais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário